domingo, 30 de novembro de 2008

Caros Amantes da Poesia.

O 73º Sarau do Grupo Pegando o Gancho foi uma homenagem à diversidade!
Fizemos memória de histórias do século passado, atraves da expressão de duas negras mulheres, a Tereza e sua irma Augusta, que contaram a história de seus pais. Tambem homenagemos os sons, onde cada Amante da Poesia escolheu seu instrumento (caixas de suco, talheres, copos de água, vasos...) para fazer uma harmonia inesperada! Foi 10!!!!!!!!!!!!!

Veja algumas fotos!

Nos encontraremos no dia 20 de dezembro para nossa confraternização!!
Cheiro sem preconceito!

Gilson Reis e Naldito!















quarta-feira, 5 de novembro de 2008



Aos meus amigos.

Muito Prazer Poetisa Adélia Prado! Viver não é essa simplicidade despojada de teus poemas, mas nada mais justifica tanto, tal sentimento, que esta própria vida. Eu quero esta simplicidade correndo minhas veias encarnadas pra que o calor do sangue seja mais suave.
Quando, em um poema inspirado pelas almas boas, dissestes: “A coisa mais fina do mundo é o sentimento...” a poesia parecia não ter mais nada a dizer...mas almas boas estão por ai... vagando... e recitando versos sublimes para ninar as dores de quem ama. Sim!! A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Esta decretado! Este verso está tombado!! E mesmo que se faça uso da liberdade, pedra preciosa, para se dizer que não o é, quero, que esta sede do não e esta vontade de rebeldia, também seja...sentimento.
Permita-me, Adélia, com a humildade de quem ousa escrever versos, ainda sob o sopro manso do vento, dizer que no colo dos sentimentos mais finos que uma alma pode sentir, elejo o AFETO como a mais bela e delicada tradução do mesmo. É pelo Afeto que se eterniza as relações, pois no ventre de cada gesto afetuoso gera-se eternidade e ressurreição!!. Quando Oswaldo Montenegro pede para que façamos uma lista dos grandes amigos, quem mais nós víamos há dez anos atrás, quantos ainda vemos todo dia e quantos ainda não encontramos mais...despedem-se lágrimas que de tão belas sabem-se tristes e agradecidas. Não há lágrima que se despeça deste interior que não seja um pau – de - arara de sentimentos, mas também, e muito delicadamente, que não expresse uma avalanche mágica de sonhos!! E quando o mesmo poeta nos pede pra fazer uma lista dos sonhos que tinha e quantos nós desistimos de sonhar... constato, com a clareza de uma janela campestre exposta ao sol, que o sentimento é esta distância pertinho e esta proximidade distante composta de pedaços que nunca se foram por que são parte de um mosaico que se fincou como tatuagem nas almas boas dos ventres juvenis...sempre tão férteis!! Tão engravidados de sonhos!!.
Minha reverência, simples, fina, delicada, aos amigos!! às lágrimas alforriadas buscando colo na quentura do outro, escaldando a lágrima deste outro que chora!! Aos sorrisos LIVRES lançando-nos à terra empoeirada ou encharcada das gotas de chuva que tão gentilmente banham seus transeuntes que se deleitam por entre as ruas...sempre com uma melodia harmônica ou desarmônica ao toque da gota ao chão! Minha reverência aos cantos livres! Religiosos! Pastorais! MPBistas! Infantis! Improvisados...sou capaz de ouvi-los nesta madrugada em que escrevo...nesta manhã em que leio...nesta tarde em que me deleito...nesta noite em que, olhando a rua vazia...vejo desfilar almas livres, planejando a textura e a cor da página seguinte de seus sonhos.
Muito prazer Adélia Prado! Obrigado!. Agora vou descamar o peixe que meu amado trouxe de sua pesca noturna, pois a madrugada que chega sinaliza e antecede mais um dia que vem... ... .. ....


Gilson Reis
Fundador do Grupo Pegando o Gancho
POEMA COLETIVO : AOS 6 ANOS EU...





Aos seis anos…
Saltitava em meio à fome
Buscando gravetos de felicidade
Brincava de pega-pega
De mão boba
E de esconde – esconde no escuro
Em meio às jumentas e cabras dormindo


Aos seis anos…
Eu ia à Escola e brincava muito!
Aprendi a ler brincando de moer cipó
Na moenda da cana
Moí três dedos, perdendo três unhas.
Nasceram bem rápido as novas
Pois eu lavava as flaudas do irmaozinho
No rio...
O irmaozinho nasceu no dia seguinte do ocorrido.


Aos seis anos…
Eu brincava de tiros com minha irmã.
Acreditava em Papai Noel
Brincava no quintal
Com as tartarugas e o navio (meu cachorro)
Tinha como companhia
Um pinico rajado.
Conheci meu primeiro amor
Mas foi nesse ano que eu disse:
“É triste ver as estrelas e não poder tocá-las”!

Aos seis anos…
Aprendi andar de bicicleta!!!!!!!
Me apaixonei pela música
Me encantei pela suavidade de um sopro
Colorido e inclivel da flauta!
Brincava de boneca de mamona
Fumava cigarro de chuchu…





Aos seis anos…
Me preparava para pintar o sete
E todo oito era oitenta!!
Já achava que não era como os outros meninos
Gostava mais de desenhar que de bola.
Preferia o lápiz, as cores.
De desenhar crokis inspirado no Clodóvil
Da TV Mulher…

Aos seis anos…
Sai da minha bahia com minha família
E fui morar no Rio de Janeiro
Conhecer novos costumes
Diferentes do que estava acostumada.
Achava que sabia tudo da vida.
Hoje sei que ainda não sei nada
Achava que sabia o que era amar…
Hoje eu sei!!

Aos seis anos…
Ainda estava no Jardim da Infância pela manhã
À tarde dava os primeiros passos na vida do trabalho.
Vender laranjas! Bolos! Linguiça!
Já era um menino intenso! E vivia me perguntando
Sobre o “por quê” de tantas coisas na vida.
Não via a hora de entrar no grupo escolar
Aprender a ler para poder entar
No mundo da leitura dos romances de cordel!
Isso era eu…

Aos seis anos…
Não me recordo de nada…
Acredito que minha memoria tenha deletado tudo…
… … … … … … …
Não sei por quê…


Grupo Sarau Pegando o Gancho
Inspirado no aniversário de 6 anos


Ei galera..ta ai ..o nosso Blog..pra gente fazer registro público desta experiência poético-afetivo, que tem sido o nosso Sarau.....Uma experiência existente há mais de seis anos ...proporcionando encontros, degustes poéticos, inspiraçoes, trocas de afetivas, risos ternos, alegrias etílicas!!