quarta-feira, 5 de novembro de 2008



Aos meus amigos.

Muito Prazer Poetisa Adélia Prado! Viver não é essa simplicidade despojada de teus poemas, mas nada mais justifica tanto, tal sentimento, que esta própria vida. Eu quero esta simplicidade correndo minhas veias encarnadas pra que o calor do sangue seja mais suave.
Quando, em um poema inspirado pelas almas boas, dissestes: “A coisa mais fina do mundo é o sentimento...” a poesia parecia não ter mais nada a dizer...mas almas boas estão por ai... vagando... e recitando versos sublimes para ninar as dores de quem ama. Sim!! A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Esta decretado! Este verso está tombado!! E mesmo que se faça uso da liberdade, pedra preciosa, para se dizer que não o é, quero, que esta sede do não e esta vontade de rebeldia, também seja...sentimento.
Permita-me, Adélia, com a humildade de quem ousa escrever versos, ainda sob o sopro manso do vento, dizer que no colo dos sentimentos mais finos que uma alma pode sentir, elejo o AFETO como a mais bela e delicada tradução do mesmo. É pelo Afeto que se eterniza as relações, pois no ventre de cada gesto afetuoso gera-se eternidade e ressurreição!!. Quando Oswaldo Montenegro pede para que façamos uma lista dos grandes amigos, quem mais nós víamos há dez anos atrás, quantos ainda vemos todo dia e quantos ainda não encontramos mais...despedem-se lágrimas que de tão belas sabem-se tristes e agradecidas. Não há lágrima que se despeça deste interior que não seja um pau – de - arara de sentimentos, mas também, e muito delicadamente, que não expresse uma avalanche mágica de sonhos!! E quando o mesmo poeta nos pede pra fazer uma lista dos sonhos que tinha e quantos nós desistimos de sonhar... constato, com a clareza de uma janela campestre exposta ao sol, que o sentimento é esta distância pertinho e esta proximidade distante composta de pedaços que nunca se foram por que são parte de um mosaico que se fincou como tatuagem nas almas boas dos ventres juvenis...sempre tão férteis!! Tão engravidados de sonhos!!.
Minha reverência, simples, fina, delicada, aos amigos!! às lágrimas alforriadas buscando colo na quentura do outro, escaldando a lágrima deste outro que chora!! Aos sorrisos LIVRES lançando-nos à terra empoeirada ou encharcada das gotas de chuva que tão gentilmente banham seus transeuntes que se deleitam por entre as ruas...sempre com uma melodia harmônica ou desarmônica ao toque da gota ao chão! Minha reverência aos cantos livres! Religiosos! Pastorais! MPBistas! Infantis! Improvisados...sou capaz de ouvi-los nesta madrugada em que escrevo...nesta manhã em que leio...nesta tarde em que me deleito...nesta noite em que, olhando a rua vazia...vejo desfilar almas livres, planejando a textura e a cor da página seguinte de seus sonhos.
Muito prazer Adélia Prado! Obrigado!. Agora vou descamar o peixe que meu amado trouxe de sua pesca noturna, pois a madrugada que chega sinaliza e antecede mais um dia que vem... ... .. ....


Gilson Reis
Fundador do Grupo Pegando o Gancho

7 comentários:

Brunna Alline disse...

Enfim uma nova conquista,brindada a vinho, música, poesia,amigos afins
que a felicidade arrebate os nossos corações sedentos por poesia,por sentimento que a cada dia se torna menos meu e mais nosso.
Parabéns e tim tim!

Zezinho disse...

Meu caro Gilson,
Através de você parabenizo o Grupo pelo espaço!!! que por felicidade posso partilhar com todos, momentos de alegria: muita poesia, afetos e sentimentos. Sinto-me, agora, mais que nunca, próximo de vocês. Espero poder desfrutar sem limite esa oportunidade...
Grande abraço.
Zezinho.

Unknown disse...

Gostei de participar do Sarau qdo morei em São Paulo. Sinto saudades daquele tempo. Neris

Uma nova vida com Cristo ( Jesus na Rua) disse...

ADorei o Blog!
está de parabéns Doctor Gilson...

Uma nova vida com Cristo ( Jesus na Rua) disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Zezinho disse...

Fala ai gilson, como andas? o que estão fazendo? parece que esse blogger num tem atualizações...rsrs
abraço, tudo de bommm

Zezinho disse...

CANÇÃO DE NINAR

Aquele canto do pássaro
Nas manhãs de todos os dias,
É o som de sua voz que
Não me deixa...
Acorda-me; me adormece; me deixa...
Na estrela se vai, zunindo ao meu alcance!
Se perdendo, se achando,
Sobre a luz da lua
Que insiste em clarear
Nós dois na escuridão... da noite fria!
Quero sentir o movimento de seu corpo
Ao tocar cada curva,
Compor uma canção íntima,
Afagar-te, fazer-te dormir.
Nos adormecendo numa
Canção de ninar...
Até que tudo se resolva
Antes mesmo que fique louco,
Parto meu coração em dois.


Zezinho – 02 de dezembro de 2008